Meus queridos leitores não foi
nada fácil fazer essa reportagem, pois a inauguração da nova Praça Roosevelt,
onde Mummy e eu moramos, foi tremendamente politizada, e como eu não sou
político nem nada e muito menos sou candidato a Prefeito de Sampinha, mas, sim
REPORTER, não vou puxar sardinha para ninguém, nem que me dessem todo o
chocolate do mundo, pois eu simplesmente adooooro chocolate!!!!
Primeiro eu vou comentar algumas
informações que eu obtive através da reportagem do jornal O Estado de São Paulo
de 9 de setembro de 2012, para vocês entenderem o crime que foi cometido pelo atual
prefeito com a minha amada Sampinha. Só para vocês terem uma idéia a cidade de São
Paulo com autorização oficial da Prefeitura nos últimos 14 anos tem perdido 14
árvores por dia!!! SIMPLESMENTE FORAM CORTADAS 72.514 ÁRVORES!!!!! Esse número
corresponde a 5 PARQUES DO IBIRAPUERA – o parque que funciona como pulmão da
zona sul com 15 mil árvores.
A Prefeitura arrancou as
árvores para atender a ganância de empresários imobiliários e afins para
construirem prédios, shoppings e outras construções de cimento e também para
atender “melhorias” da secretarias de transporte e obras públicas como estações
de metrô, ruas e alargamento de avenidas. Segundo a Prefeitura, uma autorização
para cortar árvores só sai após a exigência do replântio maior de árvores do
que as que foram retiradas em obediência a lei municipal nº 10. 365, de 22 de
setembro de 1987, feita para garantir o porte arbóreo da cidade de São Paulo,
segundo consta no edital da Prefeitura de 25/10/2010 (tal como vocês podem
confirmar clicando nesse link: Como solicitar uma poda de árvore
- Prefeitura de SãoPaulowww.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/ouvidoria/noticias/?).
A arquiteta Luciana
Porém, segundo os dados fornecidos na dissertação de mestrado da arquiteta
e urbanista Luciana Schwandner Ferreira apresentada na Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo de São Paulo (FAU – USP), com base nos despachos publicados no
Diário Oficial da Cidade entre 1997 e 2011, esse mecânismo de compensação não
tem funcionado, pois não tem sido mantido e nem aumentado a cobertura vegetal
de onde as árvores foram retiradas. A situação ainda é mais agravante
considerando o total de verde perdido na realidade por conta dos desmatamentos
ilegais, que ocorrem em razão da ineficiência da Prefeitura em monitorar a
conservar as áreas verdes da cidade de São Paulo, permitindo que a ocupação
ilegal de terrenos na periferia se alastre por São Paulo como um cancer
corroendo a cidade. Quando há os chamados “cortes autorizados” eles apenas se
dão em áreas nobres da cidade, por dizerem respeito a construção de prédios de
grandes empreendedoras ou por conta de obras públicas, e naturalmente a
Prefeitura terá muito a lucrar com isso, em relação ao primeiro caso por conta
dos impostos e no que diz respeito ao segundo e às ocupações ilegais certamente
o prefeito no cargo visa lucrar com votos eleitorais.
Igreja da Consolação – 1800
No caso da Praça Roosevelt o passado do local parece condená-la a
não ser um local arborizado. No passado distante a região era considerada
afastada do centro da vila de São Paulo, possuía apenas chácaras com plantações
de hortaliças, frutas e chá, cruzada pelo Caminho de Pinheiros (ou Caminho de
Sorocaba). Por esse caminho passavam as tropas de burro vindas do interior do
Estado de São Paulo. Em 1779, um local entre as chácaras dava lugar às feiras
de bestas de cargas, onde vendiam-se animais. Em razão do comércio de animais
foi erguida uma pequena capela em homenagem à Nossa Senhora da Consolação.
Passados vinte anos a capelinha virou uma Igreja, para atender a região antes
desabitada para qual passaram a confluir novos moradores. Em 1834, registros
históricos municipais contam que a região não tinha nada de aprazível e que
existia um enorme pantanal na entrada da igreja e que o terreno a volta era
barrento, mas quando deu-se início a construção da igreja em lugar da
capelinha, a administração da cidade foi obrigada a investir na melhoria urbana
região,fazendo aterros e abrindo
ruas. Mas, a melhoria só se deu pela influência política do Barão de Tiête,
José Manuel da Silva. Em 1840, a Igreja da Consolação de Dona Veridiana Prado
casada com Martinho da Silva Prado, da aristocracia cafeicultura paulista, a
doação do terreno em que se encontrava, que era vizinho à sede da chácara do
casal, que se estendia até o vale do rio Anhangabaú. De pronto a Igreja da
Consolação recebeu grandes melhorias , sendo ampliada com cinco janela, duas
torres e escadas de acesso e novas portas de entrada. Quando em 1870 a
população da região alcançou 3,5 mil habitantes a Igreja da Consolação foi
elevada a paróquia.
Igreja da Consolação – 1950
No ano de 1907, a Igreja se tornara pequena para tantos devotos e
o prédio original foi derrubado, dando lugar à construção do projeto do
professor de arquitetura da Escola Politécnica, Maximiliano Hehl, o mesmo
projetista da Catedral da Sé, erguida numa mistura de estilo
romântico-bizantino com gótico e romano, levou 20 anos para ficar pronta. Por
sua vez terreno ao lado da igreja, desde 1910 tinha o nome de Praça da
Consolação e era usada tanto como estacionamento como para feiras livres.
Criada sem nenhum planejamento e com solo terroso devido ao desnivelamento do
terreno quando chovia o barro da praça invadia o asfalto atrapalhando o
trânsito, assim em 1950 a Praça da Consolação foi asfaltada, momento em que os
casarões que existiam ao seu redor foram sendo demolidos dando lugar à
construção de arranha-céus símbolo máximo da modernidade, que viria a tornar a
cidade de São Paulo um paliteiro de cimento.
Igreja da Consolação – 1965
Então no ano de 1965, o prefeito José Vicente Faria Lima decidiu
fazer uma grande avenida que ligasse o centro de São Paulo ao rio Pinheiros,
como alternativa ao transito da Av. 9 de Julho, ligando a rua da Consolação
diretamente à Av. Dr. Arnaldo, e a rua da Consolação neste trecho tornou-se a
Av. da Consolação, uma obra de engenharia que só terminou em 1968. Mas o
prefeito Faria lima também tinha planos para a Praça da Consolação e anunciou
em 1967 um projeto de urbanização com a construção de um centro cultural com
auditório para duas mil pessoas e um centro educacional idealizado pelo
paisagista português professor da Faculdade de Urbanismo e Urbanismo da
Universidade de São Paulo, que constituía-se de duas estruturas de concreto com
muito pouco verde. A nova praça de cimento seria inaugurada en 25 de janeiro de
1970, na comemoração dos 416 anos da cidade de São Paulo, pelo então presidente
da ditadura militar Emílio Garrastazu Médici, recebendo o nome de Praça
Franklin Delano Roosevelt, em celebração a aliança política Brasil-Estados
Unidos, e o seu espaço suspenço foi chamado de Pentágono, famoso centro militar
norte-americano pelo mesmo motivo.
Praça Franklin Delano Roosevelt – Inauguração 1970
Bosque da Igreja da Consolação – 2008
Assim desde o seu nascimento a Praça Roosevelt nunca deu
privilégio às árvores, e mesmo quando era chamada de Praça da Consolação
ironicamente não consolava ninguém e não tinha nenhuma árvorezinha para dar
sombra. Contudo, com o passar do tempo após a inauguração de 1970, por
iniciativa única dos padres da Igreja da Consolação, um lindo bosquezinho foi
surgindo ao redor da Igreja até que se tornou lindamente frondoso abrigando
lindos passarinhos na primavera; maritácas, sabiás, canarinhos, bem-te-vis,
pintarroxos, rolinhas e tantos outros começaram a fazer seus ninhos por lá e
divertiam-se tirando razantes por cima do Pentágono para alcançar a imponente
paineira do outro lado. Ou pousavam nas ficheiras ou no ipê amarelo do jardim
suspenso do Pentágono para cantarem seus cantos matinais, e foi assim até 2010,
quando teve início a demolição da Praça Roosevelt, que não resistira ao descaso
dos administradores da cidade que a deixaram inteiramente abandonada ao próprio
destino sem investirem na sua manutenção desde 1980, quando teve o início da
decadência de seu entorno e do centro da cidade, com o novo centro financeiro
na Av. Paulista e do centro comercial da Av. Faria Lima.
Praça Rooevelt - 2008
A sombra de uma árvore no Pentágono
As árvores do Pentagono abandonado – 2010
Mammy contou-me que ela conheceu a Praça Roosevelt em todos os
seus estágios, pois for a batizada na Igreja da Consolação em 1955, e por isso
sempre frequentara a igreja. Quando ela veio morar aqui em 2004, ela
simplesmente achou muito curioso, achando que o badalar dos sinos da igreja a
tinham chamado para viver aqui enquanto vivesse sozinha, pois toda a família
dela falecera e meu irmãozão fora estudar nos Estados Unidos. Ela gostava de
caminhar no Pentágono e esquecia da própria solidão passando horas vendo os
passarinhos e as crianças brincarem, chegou até a fazer alguns amigos. Tinha um
supermercado debaixo do Pentágono, onde ela ia com o carrinho de feira, pois
ela odeia sacos de plástico, para fazer as compras e na volta não resistia a
comprar algumas flores nas floriculturas bucólicamente romanticas que a
recordavam Paris, bem alí ao lado do magnífico e verdejante bosque da igreja,
onde as senhoras mais velhas sentavam para conversar e tomar um pouco do sol da
manhã.Não é preciso dizer que Mummy
foi uma daquelas pessoas que lamentou a demolição da praça, não pela praça em
si, mas pelas poucas árvores que alí tinham. Ela esperançosa pensou que as
árvores seriam transplantadas em outro lugar, mas não foi isso que aconteceu.
Escola Primária Municipal da Praça Roosevelt – 2005
Floricultura da Praça Roosevelt – 2007
O projeto inicial que foi adulterado durante a construção da nova Roosevelt
Ela já tinha me adotado quando um dia chegou em nosso pedacinho de
céu toda chorosa, e contou-me que as árvores tinham sido serradas e que ela
vira elas serem transportadadas aos pedaços e que foram desenraizadas sem a
menor dó ou piedade. Ela chorou primeiro de dó das suas amigas árvores e depois
de raiva da estupides da ganância das pessoas, porque ela sabia que a demolição
da antiga praça e a construção de uma nova só tinham por objetivo a especulação
imobiliária e não a intenção de oferecer um local prazeroso para os moradores
dos arredores frequentar. Quando mostraram o desenho do projeto que fora
aprovado para a construção e ela viu muitas árvores até que ficou entusiasmada,
lembrando que o viveiro de árvores do Parque do Ibirapuera fornecia árvores
grandes para serem transplantadas para vários paisagistas das mansões luxuosas
da cidade, e quem sabe a Prefeitura também decidisse transplantar árvores
crescidas.
Desenraizamento das Árvores: Paineira, Ficheiras e o Ipê Amarelo. – 2010
Tratores derrubando as árvores e o bambuzal na área das floriculturas – 2010
Chegando ao final da construção em 2012
Quase pronta...
Nas vésperas da inauguração – 2012
Quando a nova Praça Roosevelt inaugurou Mummy não acreditou, era uma
NOVA PRAÇA DE CIMENTO!!! Árvores? Nem eu, nem ela viveremos para ver
crescidas!!! O bosque da igreja também não acabou porque a Igreja é dona do
terreno, mas as árvores que não estavam no terreno da igreja simplemente
desapareceram, o lindo bambusal desapareceu e umas outras tantas árvores. A
praça é uma verdadeira pista de skate urbano, logo os skatista com razão pensam
que a praça foi construída para eles, assim como os ciclistas. Os bancos para
sentar são horríveis, sem encosto, duros e com assento vazado, para sentar só
levando almofada. O cachorródromo não tem nenhuma árvorezinha para os
cachorrinhos fazerem pipi!!! Pode? O único lugar mais agradável é o parquinho
infantil ao lado da igreja, lá crianças, pessoas mais velhas e namorados
concorrem pelos bancos mais confortáveis com encosto debaixo das copas das
árvores, mas respiram aquele ar venenos cheio de monóxido de carbono que vem da
aceleraçõ dos automóveis que saem pela passagem da radial leste para a Av. da
Consolação, conclusão todos que frequentam o parque infantil estarão fadados a
terem cancer de pulmão!!! Conclusão se a antiga Praça Roosevelt era um
“monstrengo” de cimento esta nova é um “monstrengão gigantesco”!!!!
Olhem o cimentão gente!!!!
Tanto cimento por que?
Uma praça de cimento
Cimento para dar e vender
O pistão dos skatistas
A pista de skate urbano nas escadarias
Os skatistas
Olhem o skatista exibindo-se em manobra radical!!!
O tchibum no chão do exibido!!! Tadinho...
Que figurinha legal esse sakatists mirim, né?
Bicicletas?
Não esqueçam de trazer almofadinhas para sentar nestes bancos duros!
Onde estão as árvores para a gente fazer pipi?
O cachorródromo
Cobertura vazada serve para que quando chove? Cascatinhas. Hahaha!!!
Esses rapazes tocando violão eu achei muito legal!!!!
O jardim uma semana depois da inauguração
O parquinho infantil canceroso.
A turma da balada noturna na praça.
O meu amigão Fernando dono da papelaria que está indo embora
A papelaria do Fernando em liquidação de 50%
Frequentar a praça? Nem pensar! Além do mais a Mummy não quer me
levar por causa da infestação de pulgas que está lá, porque durante a
construção da praça nos últimos dois anos viviam entre os entulhos um bando
ratos e ratazanas, e como a praça não foi dedetizada tem tanta pulga que o
único dia que fui com a Mammy lá para tirar fotos para a reportagem eu voltei
com tantas pulgas que a Mammy ficou horrorizada. Para completar, por conta da
tal especulação imobiliária nossos comerciantes amigos estão tendo de ir embora
por causa do aumento abusivo dos aluguéis, por sua vez muitos dos moradores já
estão pensando em se mudarem. Mammy mesmo está pensando em ir embora assim que
encontrar uma boa oportunidade de negócio, pois a barulheira está infernal e
aqueles que são proprietários de apartamentos estão desesperados, pois não há
muita perspectiva decompradores
para seus imóveis agora que a praça está inaugurada e parece uma terra de
ninguém.
A situação está realmente
desanimadora para nós que vivemos aqui, pois perdemos a esperança de que nos
seria dado um espaço prazeroso para o convivío social onde crianças, jovens,
adultos e velhinhos poderiam conviver harmoniosamente, mas está virando uma
praça de desentendimentos e descontentamentos, tudo porque a minha Sampinha
queirida vem sendo enterrada debaixo de uma tumba decimento dia após dia, porque a cada prefeito que entra e sai
a deixa pior do que a encontrou!!! Por certo qualidade de vida não é prioridade
deles e muito menos as minhas queridas e amadas árvorizinhas!!! Por isso eu
estou lançando uma campanha com o lema: “MAIS ÁRVORES MENOS CIMENTO PARA
SAMPINHA NÃO MORRER!!!” Pois é certo, que se São Paulo continuar nesse rítimo
em breve seus habitantes estarão condenados à morte precoce, pois nem bichinhos
nem seres humanos foram criados por Papai do Céu para viverem assim tão longe
assim dos prazeres e das belezas que a Natureza oferece. Sampinha precisa de
praças com árvores e fontes, precisa de parques arborizados, precisa de VIDA
PARA RESPIRAR!!!! Fica aqui meu protesto veemente, contra a maldade imperdoável
que vem sendo feita com a minha Sampinha e peço a todos que estão indignados
com isso como eu, que unam suas vozes à minha e ajudem a salvá-la deste destino
tão pavoroso de ser UMA CIDADE SEM ÁRVORES!!!
Euzinho e a Guarda Civil Metropolitana Feminina Amelia
PS: Infelizmente minhas melhores fotos não puderam ser publicadas por um motivo inexplicável, eram dos skatistas levando tombos, uma bela visão do cimentão, as plantinhas mortas por falta de água e eu no colo da policial metropolitana e do meu amigão Fernando, que está tendo de fechar o seu negócio de papelaria. Coisas de "Godnet" como diz a Mummy (As fotos foram publicada com sucesso na minha página do Face: Freeway – Reporter. Confiram!). Assim, sinto muito por apresentar esta reportagem incompleta. Mas não tem problema, vocês podem ver a ótima reportagem no video da TV GAZETA!!! Até a próxima meus leitores queridos!!!! PS: 16/10/12 GENTE !!! Eu consegui postar a minha fotinho que eu tanto queria!!! Mudei o formato para PNJ e aí está!!! Pelo visto o Blogger não aceita mais fotos rápidinhas JPG de menos de 150k. Pior é que ninguém me avisou e eu fiquei maluco ontem tentando... Mas, agora eu coloquei todas que eu queria, que bom!!!
youtube.com2 dias atrás - 4 min - Vídeo enviado por jornaldagazeta A reforma da Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, mudou a cara de um local antes ...
Moradores da região central da capital reclamam dos skatistas que tomaram conta da Praça Roosevelt, reinaugurada há pouco mais de duas semanas após dois anos em reforma. O piso novo e liso da praça tem atraído os esportistas, que usam os bancos como ...
Bom dia, sou o Artur e estou fazendo um mestrado sobre a Rua da Consolação, gostei muito da sua página, vc teria mais informação sobre o desenho da igreja da Consolação de 1800? De quem seria ou o local onde conseguir a imagem? Não sei se consegue me responder por aqui, meu email é bernardes.artur@gmail.com
Bom dia, sou o Artur e estou fazendo um mestrado sobre a Rua da Consolação, gostei muito da sua página, vc teria mais informação sobre o desenho da igreja da Consolação de 1800? De quem seria ou o local onde conseguir a imagem?
ResponderExcluirNão sei se consegue me responder por aqui, meu email é bernardes.artur@gmail.com